sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O menino da menina, a menina do menino.


Passaram-se muitos moços, rapazes, mulheres e moças... com o poder de suspiros e delírios. Não posso negar, por vezes até já tocaram minha'alma. Mas passaram.
Quando mesmo se esperava e quando a esperança se tornava aquela antiga vizinha velha e doente que visitamos de vez em quando, surgiu o Menino.
O sorriso moleque e o olhar misterioso.
Resisti, fingi que não vi. Era proibido. Fugi, corri e me convenci que não jamais aconteceria.
Aconteceu! 
A cerveja me encorajou, naquela noite ele me amou, me comeu, me tomou em seus braços como um bicho... Mas eu jurei por todos os amores dessa vida que seria apenas uma aventura. 
Quebrei o juramento e tive que pagar caro por isso.
Alguma coisa, inexplicavelmente, me possuiu... Nem tão aos poucos assim, digamos que essa coisa é avassaladora. Não pediu licença, me invadiu, e aquela vontade de tentar resistir já não existe mais. 
O menino, então, me encantou! Ele é enfeitiçante (aquele que tem o poder de enfeitiçar). Tudo aconteceu rápido, sem chances pra recusar ou pensar em desistir.
Senti medo, mas o menino não deixo isso se alastrar. Eis, que as confissões secretas de uma vida inteira se tornaram as coisas mais simples de serem ditas, os sorrisos distribuídos gratuitamente, os sonhos tornaram-se realidades... Me apaixonei completamente. Ele possui a minha'alma, não apenas toca, possui.. Os suspiros o pertencem e os delírios? Só nós sabemos como aquilo tudo é possível. 
Fiz o menino se sentir vivo, fiz o coração dele bater mais acelerado e transformei o menino num sonhador que ele sempre foi, devolvi suas asas e o convidei para voar. 
Meu menino, sua menina.

(Autor e inspiração desconhecidos)

sexta-feira, 14 de junho de 2013

o Vestido.

Ela chegou, os meus olhos só sorriam quando eu a olhava. Ela estava de vestido, longo. Cumprimentou-me, delicadamente e os nossos rostos se tocaram, foi o suficiente para o cheiro de laranjeiras do perfume da moça, me entorpecer. Os meus olhos passaram a noite inteira filmando Ela, cada movimento. O batom vermelho, [aaah]... O batom, desenhando os ricos dos lábios e me alucinando. O sorriso era largo, segurando um copo de whisky, então, era ainda mais verdadeiro. 
Ela dançou, bebeu, gargalhou e me destruiu por dentro. Sem, ao menos, se esforçar, me destruiu.
Reparei a noite toda, os detalhes: a mão ajeitando o cabelo, o movimento dos lábios, o cruzar de pernas, o desenho do corpo... Nada escapou. Mas quando ela dançava, me era o estopim. Eu olhava o balançar do vestido, cobrindo as suas pernas, era intrigante, eu tinha o corpo inteiro para admirar, os lindos seios... Mas eu só mirava o balançar da barra do vestido, de um lado, para o outro. Permiti-me a imaginar, os mistérios que o vestido cobria. 

E passei a suspirar, imaginado Ela sem aquele lindo vestido!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A faca cega.

Amar em silêncio, calada. Sem ao menos o direito de sorrir por isso. Desse jeito, reprimido. Proibido. Amar não é mais tão importante. Talvez nunca tivesse sido. Mas o meu coração insiste nisso. 
Insiste em amar sozinho. 

O amor é uma faca, precisa cortar, sangrar. Mas a minha faca é cega.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Ao meu Partido*


Hoje o meu partido completa 91 anos.
Eu poderia dedicar essas linhas para contar a história de luta, conquistas e transformações do Partido Comunista do Brasil, mas prefiro apenas contar o quanto ele mudou a minha história. 
Sou apenas uma menina que tem milhões de sonhos no peito e o maior deles é de mudar o mundo, os tolos julgam utopia. Para estes eu digo: eu prefiro morrer sonhando, a viver sem esperança.Podem me julgar, podem achar que o que escolhi não vai mudar nada, podem ter ojeriza à política, podem desacreditar ou desconfiar. Eu prefiro: mudar! 
Foi nas fileiras do PCdoB que enxerguei a melhor maneira de realizar tudo isso, eu tenho fetiche pela luta e o meu Partido também. Dedicarei cada segundo e cada minuto da vida para fazer mais pessoas sorrirem, ao lado do PCdoB eu conseguirei.


Viva o PCdoB! 
Viva a tem a coragem de lutar!


*quando criei o blog prometi não falar de política, mas o PCdoB é um pedaço da minha laranja!

domingo, 24 de março de 2013

Como se fosse o Mar...


A cabeça esquentou, o arrepio tomou conta de mim... Me peguei bem nervosa, estranho, diferente. No mundo de hoje as coisas diferentes ainda assustam. Sensibilidade, uma vida inteira em 30 segundos de pensamento, a flor da pele todas as inseguranças. Medo, tenho até vergonha de sentir isso. Principalmente quando se refere à fé. Engraçado... Porque fé na vida nunca me faltou. Peguei-me a andar por toda a casa, os dedos das mãos se entrelaçando desesperadamente. Agonia, só aumentava. Eu senti Ela perto de mim, eu já não tinha mais dúvidas. Desesperei-me, aquilo tudo era muito novo pra mim. Só as vozes do telefone me acalmavam. Daí então... parei. Respirei fundo, me pus a conversar com o tempo. Me acalmei... Ufaaa! Sorri.. pensei e disse:



- Volte sempre, minha Dona!

O Moço...


O charme, o encanto. O Guerreiro Caçador. O belo. Rei de Ketu. Verde ou azul. Filho de Iemanjá e Oxalá. Sozinho. O irmão de Ogum. Esbanja o cheiro de Alecrim. Desconfiado. Salve, Jorge. Vem armado. Arco e uma única flecha. Mora lá pelo meio do mato. Visita todos os dias a Lua  O príncipe de Cavalo. Cavaleiro de Aruanda. A perfeição é seu enfeite. Filho da Terra. Pai de Logun Edé. Quinta-feira é o dia dele. Acordo mais enfeitada. Caboclo da mata. 






 Eis Oxóssi, o dono da minha admiração. 
Okê Arô. Okê, Oxóssi! 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ando com os zóio cheios d'água.

O peito anda cheio de emoções, como sempre esteve. O sorriso continua largo, até nos momentos adversos. A ansiedade ainda me perturba. A calma continua passando longe. A nostalgia continua me visitando. A saudade nunca passa. Os cabelos continuam longos. Os vícios continuam tentadores. O som da chuva ainda agrada os meus ouvidos, mesmo preferindo o sol. A fé continua me intrigando. O amor sempre me fascinando. O mar continua encantador, com todo seu conforto. A Lua continua sendo a casa de Jorge. O prazer continua sedutor. A carne continua fraca. As paixões continuam me possuindo. Os amigos sempre serão sinônimos de felicidade. E Bethânia ainda me destrói por dentro.

Mas os meus olhos... acho que ficaram bestas, estão brincando de molhar o meu rosto.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Olhos no Espelho*


Um dia a menina esqueceu até que o moço existia... Nenhuma vaga lembrança da desprezível convivência.
Rever aqueles miúdos olhos arrancaram um sorriso tímido e inesperado. Pronto! Foi o que bastou. Como há tempos não fazia voltou até a cantarolar o Buarque e vivia a imaginar.
Até que os lábios se tocaram e o cheiro do corpo do moço embriagou a menina de sonhos. Foi bem isso, sonhos. Depois dos lábios o caminho das mãos a procura corpo foi natural. [...] Dias depois a menina pintou os olhos de preto, a boca de vermelho, botou o seu vestido azul mais bonito e foi ao encontro do moço, marcaram o ponto de encontro em frente ao Teatro, depois tomaram gosto e sempre se encontravam por ali. Beberam cerveja, ouviram samba e se amaram, como dois bichos sedentos pela possessão. Possuíram-se. Comeram-se. Deliraram de prazer. Afogaram-se no próprio suor. Apertaram-se como se tentassem pegar a alma com as mãos. Calaram-se, eles queriam apenas ouvir a respiração acelerada, um do outro.
Deitaram na cama, se olhavam pelo espelho preso no teto. Agora o moço já arrancava sorrisos largos da menina, ela já não tinha mais vergonha de rir da vida. O moço contava suas histórias, a menina contava caso e mais casos das suas longas aventuras. [Ela é encantada com o sorriso e os olhos fechadinhos do moço, mas nem sabe se ele tem algum encanto por ela]. Os sentimentos cintilavam o olhar da menina, mas havia o medo de se entregar a paixão.
Adormeceram. Seus corpos não desgrudaram um minuto durante o sono, a respiração do moço no ouvido da menina, as pernas entrelaçadas e os pés unidos.  O dia raiou. Junto com a escuridão da noite tudo foi embora. Restou apenas o coração da menina a bater sozinho, ou ao menos era assim que ela pensava. Tomaram banho e partiram cada um para seu lado. 

Os olhos a denunciou na madrugada inteira... mas por sorte só se olharam através do espelho.




* inspirado no texto "A Noite" de Lissandra Pedreira.